O policial militar Márcio Wescley Oliveira dos Santos, que participou do motim realizado no início de 2020 no Ceará e publicou ofensas ao governador Camilo Santana e a outros gestores nas redes sociais durante o movimento paredista, foi demitido da Corporação. A decisão foi divulgada no Diário Oficial do Estado (DOE), na terça-feira (13).
Ele é segundo policial militar a perder o cargo por causa da adesão aos protestos que foram protagonizados por parte da tropa da Polícia Militar.
De acordo com o documento assinado pelo controlador geral Rodrigo Bona Carneiro, o soldado recém-formado publicou 12 vídeos no YouTube, sendo quatro deles depois da determinação de instauração do processo administrativo disciplinar que apurava o caso.
Segundo o texto, o então agente emitia ofensas ao governador Camilo Santana, ao secretário da Segurança Pública, André Costa, e ao comandante da Corporação, coronel Alexandre Ávila, e incitava que os policiais militares se rebelassem contra o Governo, o que caracteriza infringimento do Código Penal Militar.
REGISTRO DE CANDIDATURA E PRISÃO
Márcio Wescley já estava afastado do cargo por causa do deferimento do registro de candidatura para concorrer ao ao cargo de vereador de Fortaleza pelo partido Avante nas eleições de 2020.
Conforme o Supremo Tribunal Federal (STF), o servidor público militar com menos de dez anos de serviço que pretende se candidatar a algum cargo eletivo deve afastar-se definitivamente da atividade militar.
Em julho de 2020, a Justiça Estadual decretou a prisão preventiva do ex-policial militar. Devido à pandemia de Covid-19, o juiz Roberto Soares Bulcão Coutinho determinou que ele ficasse recolhido em casa, em tempo integral, com uso de tornozeleira eletrônica.
ACUSADO FALTOU ÀS SESSÕES DE INTERROGATÓRIO
Rodrigo Bona Carneiro ressaltou que foram oportunizadas duas sessões de interrogatório ao acusado, mas ele não compareceu.
No mesmo ofício, o controlador geral salientou que o setor jurídico da Associação de Profissionais de Segurança renunciou ao mandato para a defesa de Márcio Wescley, já que ele não tinha mais vínculo com a instituição.
Fonte: Diário do Nordeste
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