A advogada Valner Krislane Procópio dos Santos, flagrada portando bilhetes com instruções para o tráfico de drogas, após o atendimento a um detento na Unidade Prisional Professor José Jucá Neto (UP-Itaitinga 3), em Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza, teve a prisão em flagrante convertida para preventiva nesta sexta-feira (19).
De acordo com a Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização (SAP), nesta quinta-feira (18) advogada estava em atendimento ao interno Fabrício Mendes de Moraes, conhecido como “Babinha”, pertencente a uma facção criminosa, e, ao final da consulta, tentou esconder um bilhete no bolso.
Ao verificar o conteúdo, a polícia penal plantonista constatou que o bilhete continha informações sobre a compra de drogas e orientações sobre a contratação de um frete para transportar drogas de Manaus, no estado do Amazonas, e de Belém, no estado do Pará.
Após o flagrante, a advogada foi autuada por organização criminosa e associação para o tráfico, com agravamento de se tratar um estabelecimento prisional.
Durante a Audiência de Custódia, o juiz de direito Caio Lima Barroso, que presidiu o caso, afirmou que existia prova da materialidade e indícios de autoria delitiva dos crimes, na medida em que foi encontrado com advogada um bilhete, conhecido como “salve” no mundo do crime.
“Em referido manuscrito em poder da advogada, constavamvárias ordens da facção endereçada a outros líderes da organização criminosa. Em seu teor consta expressamente referência a droga ‘skank’ (tipo de maconha com maior poder de dependência), ‘menino do corre’ (referente a tarefa de entregar drogas a alguém), ‘frete contratar comprar óleo de Manaus/Belém’ (relativo a ordem para remeter crack entre os 2 municípios), ‘2 ou 3 óleo com o dinheiro do carro’ (ainda referente a negociação de crack), ‘valor de Belém ao irmão’ (possível pagamento de acerto de drogas)”, afirmou o juiz Caio Lima Barroso.
Em nota, a defesa da advogada disse que a decretação da prisão preventiva em sede de audiência de custódia é “absurda e nítida ofensa à direitos e garantias fundamentais que garantem a liberdade.”
FONTE: G1
