As portarias de abertura das investigações foram publicadas no Diário Oficial do Estado (DOE) da última terça-feira (20). A CGD realiza investigações administrativas sobre atitudes suspeitas dos servidores, em decorrência de denúncias populares ou de outros órgãos públicos. As punições variam de advertência a demissão.
Um soldado da Polícia Militar do Ceará (PMCE) irá responder por Sindicância Administrativa por questionar o salário da categoria, em uma publicação do governador do Estado, no Facebook.
Para abrir a investigação, a CGD considerou que “o militar em questão conta com pouco mais de cinco anos de serviço ativo nos quadros da PMCE, e assumiu a função não autorizada de representante dos interesses da classe policial militar perante o Chefe do Poder Executivo Estadual”, o que, segundo o Órgão, fere os valores fundamentais da moral militar estadual.
Um policial penal, que criticou o Governo do Estado em um vídeo que o agente publicou nas redes sociais, também será investigado por Processo Administrativo Disciplinar (PAD).
Já três sargentos da PMCE são alvos de Conselho de Disciplina, por denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE) de que eles invadiram uma residência no bairro Bom Jardim, em Fortaleza, e roubaram uma motocicleta, perfumes e um celular, em junho de 2016. O veículo seria revendido por R$ 1,5 mil.
DELEGADOS INVESTIGADOS
Três delegados da Polícia Civil do Ceará (PCCE) são suspeitos de também cometer infrações e passaram a ser investigados pela CGD. Um deles irá responder a PAD por suposto desvio de energia elétrica (conhecido como “gato”) para a sua residência, em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza.
O crime foi verificado por funcionários da concessionária de energia, em outubro de 2020, investigado pela própria Polícia Civil e denunciado pelo Ministério Público do Ceará à Justiça. O processo tramita na 4ª Vara Criminal de Caucaia.
Os outros dois delegados são investigados por extorsões e ameaças, no Município de Tauá, entre os anos de 2001 e 2004. Os servidores cobravam valores de R$ 15 a R$ 90 para permitir a realização de apresentações musicais em bares da cidade.
TORTURA ATÉ A MORTE
Sete policiais militares, divididos em duas equipes, são alvos de duas investigações administrativas, por envolvimento no mesmo caso: a morte de um cabeleireiro. Há a suspeita de que os agentes praticaram tortura e espancamento.
O episódio ocorreu no bairro Passaré, em Fortaleza, no dia 28 de dezembro de 2019. O laudo pericial identificou “asfixia mecânica por mecanismo constritor cervical”. Os policiais alegaram que o homem se engasgou com um alimento, mas o perito rebateu que o “sangue infiltrado nos dois lados da traqueia, bem como as contusões na traqueia e esôfago não são compatíveis com obstrução de vias aéreas por ingestão de alimentos”.
OUTRAS INVESTIGAÇÕES
As outras investigações abertas pela CGD têm o objetivo de apurar as seguintes condutas:
- Violência doméstica cometida por um tenente-coronel da PMCE;
- Perseguição e invasão de domicílio de um advogado, por um cabo da PMCE;
- Apropriação de uma arma de fogo e munições, por um sargento da PMCE;
- Abandono de trabalho, por uma inspetora da Polícia Civil;
- E falsificação de documento para a compra de um imóvel, por perito legista da Perícia Forense do Ceará (Pefoce).
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