Delegado de Distrito Policial (DP) em Fortaleza é alvo de denúncias por servidores da unidade, sob a condição de anonimato, nessa quinta-feira, 8. Eles relatam acusações de assédio moral e profissional, abuso de poder, injúria, difamação, denunciação caluniosa, perseguição, ameaças e homofobia. Temendo retaliações, os dois servidores entrevistados pela reportagem pediram ainda que não fossem divulgadas suas funções. Nessa quinta, houve tumulto no distrito. Segundo informação da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), o delegado teria reagido exaltado por insatisfação com decisão administrativa adotada — de teor não informado. Como não há informação de procedimento instaurado em relação ao delegado, o distrito policial não divulgou o nome.
Segundo servidores, o delegado usaria a função para constranger e intimidar colegas de trabalho em posição hierárquica inferior à dele. “Ele trata todos, sem distinção, com gritos e ameaças. Faz os escrivães de subservientes e passa para eles todo o trabalho que é de sua responsabilidade. Para completar, ainda diz que ‘escrivão nem gente é’”, relata um dos servidores, que chama o delegado de “misógino” e o acusa de assediar mulheres de maneira recorrente no ambiente de trabalho. “Uma vez ele disse para uma colega ‘quero vocês só pra desfilar na delegacia e ser bonitas’”, relata.
O mesmo servidor aponta que a maioria dos funcionários do DP convivem sob constantes ofensas e humilhações praticadas. “Sem nenhum pudor, ele chama todo mundo de doido, burro, incapaz e uma vez disse que uma escrivã era ‘uma rapariga de delegado que só servia pra ser comida’. Também é altamente homofóbico… começou a falar de mim, dizer que eu era homossexual (de forma bem grosseira). A um outro colega, a ofensa foi bem pior, chamando ele de ‘um tremendo de um viadão’”, afirma.
O outro funcionário ouvido pela reportagem acusa o delegado de perseguir servidores que manifestam descontentamento com a postura. “Uma das estratégias dele é criar factoides e fazer denúncias constantes contra os servidores na Ouvidoria. O mais grave é que, uma vez, ele coagiu um cidadão comum e o forçou a dizer que tinha sido torturado por um funcionário que ele estava perseguindo. Inclusive, obrigou o escrivão a relatar a denúncia, mesmo mostrando que era tudo armação”, conta o servidor, que garante: “Isso não é segredo para ninguém. Os grandes sabem”, conclui, sem especificar quem são “os grandes”.
Procurada, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS) não comentou diretamente as acusações feitas pelos servidores. Informou somente que, na manhã de quinta-feira, 8, após reunião de trabalho, um delegado, sem especificar, “ficou insatisfeito com uma decisão administrativa e se exaltou”. A pasta não revelou detalhes sobre o ocorrido, mas disse que “medidas administrativas estão sendo adotadas”.
Já o Sindicato dos Policias Civis do Estado do Ceará (Sinpol-CE) disse, por meio de nota, que “foi procurado por vários escrivães e inspetores sobre a situação do Distrito Policial e forneceu de pronto todo o suporte jurídico e administrativo necessário aos policiais que procuraram o Sindicato”. Segundo a entidade, todas as representações foram levadas à Controladoria Geral de Disciplina (CGD) e aguardam posicionamento do órgão.
Fonte: O Povo
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