Entenda as irregularidades envolvendo uso do Whatsapp na Eleição.

O jornal Folha de S.Paulo revelou na última quinta-feira (18) que empresas estavam interferindo nas eleições ao comprar pacotes de disparos de mensagens contra o PT no WhatsApp.

Segundo a reportagem, cada contrato chegava a R$ 12 milhões, e a rede de lojas Havan estava entre as financiadoras. As agências que prestam o serviço citadas na matéria são a Quickmobile, Yacows, Croc Services e SMS Market.

A disseminação funciona por meio do disparo de mensagens a números de celulares obtidos pelas agências. Entre as táticas, havia o uso de números de telefones estrangeiros para barrar limites impostos pelo aplicativo. O plano era ampliar esses serviços nas vésperas do segundo turno, no dia 28.

REPERCUSSÃO

Faltando pouco mais de uma semana para o segundo turno, a reportagem repercutiu fortemente na campanha. O PT e o PDT, do presidenciável derrotado Ciro Gomes, pediram a investigação do caso. Os pedetistas chegam inclusive a requerer a anulação do primeiro turno.

“Vou buscar a reparação até as últimas consequências. Os empresários que se envolveram nisso vão ter que responder judicialmente”, disse o presidenciável Fernando Haddad (PT).

Bolsonaro negou envolvimento em qualquer irregularidade e disse que não há como ter controle sobre o que apoiadores empresários fazem. O dono da Havan, Luciano Hang, também negou ter praticado ilegalidades. Ele pediu direito de resposta contra o jornal e disse que entraria com um processo.

Em um vídeo gravado em agosto, que começou a circular em redes sociais, o presidente da rede varejista Gazin, Mário Gazin, afirma que Bolsonaro precisa ganhar no primeiro turno para “não ter que gastar mais dinheiro”. A declaração foi dada em gravação ao lado de Hang.

INVESTIGAÇÃO ABERTA

Na sexta-feira (19), a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu à Polícia Federal abertura de inquérito para apurar a disseminação de mensagens. “Este quadro de possível interferência, por meios tecnológicos, na formação da opinião de eleitores sobre os candidatos, com base em possíveis falsas informações ou mensagens ofensivas à honra e à imagem dos dois candidatos, afronta a integridade do processo eleitoral e é uma nova realidade mundial, que exige investigação”, escreveu Dodge.

Ainda na sexta, o WhatsApp, aplicativo que pertence desde 2014 ao Facebook, bloqueou contas ligadas às quatro agências citadas na reportagem. Anunciou ainda que baniu 100 mil usuários em uma tentativa de conter desinformação, spam e notícias falsas.

No sábado (20), a Polícia Federal instaurou inquérito para apurar a disseminação das mensagens por empresas, conforme havia sido pedido pela procuradora-geral.

 

Por: Roberto Crispim.

Compartilhe esta publicação

Post Author: Repórter Ceará

Coordenador e Repórter do site Ceará Alerta.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *