Um dos bens luxuosos adquirido por Rogério Jeremias de Simone, o ‘Gegê do Mangue‘, e Fabiano Alves de Sousa, o ‘Paca‘, sob intermédio de um ‘laranja’, vai novamente a leilão. A mansão dos líderes de uma facção criminosa mortos em uma reserva indígena na Região Metropolitana de Fortaleza será ofertada no fim deste mês de agosto. O imóvel está avaliado atualmente em R$ 1,9 milhão, quase a metade do valor que custava há três meses.
A casa com área total de 914,96 m2, sendo 580m2 construídos, é localizada em um condomínio de luxo no Eusébio. Gegê e Paca teriam adquirido a mansão em um pagamento com dez cheques no valor de R$ 200 mil, cada, totalizando R$ 2 milhões. Consta nos autos que atualmente há um débito de R$ 73 mil no condomínio, a ser pago pelo arrematador do imóvel.
O leilão pode ser prorrogado até o dia 13 de setembro de 2021, “onde se fará a venda pelo maior lance oferecido, desde que não seja inferior a 50% do valor da avaliação”. Interessados em participar devem se cadastrar antecipadamente no site do leiloeiro. A casa no Eusébio seria apenas uma da extensa lista de imóveis e móveis adquiridos pela dupla com dinheiro do tráfico que vinha sendo lavado no Estado.
MOVIMENTAÇÃO MILIONÁRIA
A Polícia Federal apurou que Rogério Jeremias e Fabiano Alves movimentaram entre R$ 8 milhões e R$ 10 milhões, na aquisição de bens, em uma vida luxuosa que levavam no Ceará. Além do imóvel no Eusébio, Gegê e Paca compraram mansões no Porto das Dunas, em Aquiraz, e na Lagoa do Uruaú, em Beberibe, e um apartamento de alto padrão no Cocó, em Fortaleza.
A lavagem de dinheiro e a vida de luxo foram o ápice para motivar os assassinatos. De acordo com os levantamentos da Polícia Civil do Ceará (PCCE), a facção criminosa paulista não aceitava a vida de luxo que a dupla levava em terras cearenses e suspeitava de desvios financeiros.
A ordem para executar as lideranças partiu de dentro da própria organização. Dez pessoas foram denunciadas por participação no crime, que teve uso até de um helicóptero para atrair as vítimas.
Quem são os acusados:
- Gilberto Aparecido dos Santos, o ‘Fuminho’ (preso);
- André Luís da Costa Lopes, o ‘Andrezinho da Baixada’ (preso);
- Jefte Ferreira Santos (preso);
- Carlenilto Pereira Maltas (preso);
- Felipe Ramos Morais (solto);
- Erick Machado Santos (foragido);
- Ronaldo Pereira Costa (foragido);
- Tiago Lourenço de Sá Lima (foragido);
- Renato Oliveira Mota (foragido);
- Maria Jussara da Conceição Ferreira Santos (foragido).
Até então, nove audiências do caso foram realizadas e as próximas devem acontecer no fim do mês de agosto e início de setembro de 2021. No último mês de julho, o colegiado da Comarca de Aquiraz negou a soltura de quatro réus (Jefte, Carlenilton, Gilberto e André Luís).
Os magistrados destacaram que “os crimes possivelmente praticados pelos acusados são classificados como hediondos e gravíssimos, tendo repercussão nacional e internacional por se tratar de supostos integrantes da organização criminosa”.
Fonte: Diário do Nordeste
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