Na manhã desta terça-feira (5), o advogado Fernando Carlos Oliveira Feitosa foi preso em Fortaleza durante uma operação da Polícia Federal que investiga um esquema de venda de liminares realizadas nos plantões judiciais do Tribunal de Justiça do Ceará (TJ-CE). Condenado a 19 anos de prisão, Feitosa estava foragido desde que o mandado de prisão foi decretado pela 2ª Vara de Execução Penal da Comarca de Fortaleza, no dia 25 de outubro. Ele foi encontrado na casa de sua sogra.
Fernando Feitosa é filho do desembargador aposentado Carlos Rodrigues Feitosa, ambos envolvidos na Operação Expresso 150, deflagrada em 2015. Na época, as investigações revelaram um esquema de venda de alvarás de soltura por valores que chegavam a R$ 150 mil. As liberações ocorriam principalmente durante plantões judiciais aos finais de semana no TJ-CE, beneficiando criminosos e outros acusados em troca de dinheiro.
Condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Fernando Feitosa recebeu uma pena de 19 anos e 4 meses de reclusão, além de uma multa de R$ 241 mil. De acordo com a Polícia Federal, o advogado intermediava a negociação de habeas corpus e liminares concedidos por seu pai, então desembargador, utilizando um grupo de WhatsApp para gerenciar o esquema.
O desembargador Carlos Feitosa foi afastado e aposentado compulsoriamente em 2019 e chegou a ser preso em 2021. Ele foi condenado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) a 13 anos e 5 meses de prisão em regime fechado por corrupção ativa e passiva, além de associação criminosa. Em outro processo, Carlos Feitosa foi condenado a 3 anos e 10 meses de prisão por concussão, após o Ministério Público Federal comprovar que ele extorquia parte dos salários de duas funcionárias de seu gabinete.
As investigações da Operação Expresso 150 continuam, e as autoridades buscam identificar e responsabilizar todos os envolvidos no esquema de corrupção que corrompeu a justiça cearense.
Fonte: G1 CE.
